Em Parnamirim, município da região metropolitana de Natal, um padre causou muita polêmica por incitar violência aos fiéis contra uma afiliada do SBT, ao sair defendendo outro sacerdote que foi acusado por uma fiel de manter um caso com seu marido no período em que eram ainda noivos.
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Um áudio com pouco mais de 10 minutos acerca do relacionamento extraconjugal circulou pelas redes sociais na última sexta-feira (3), e se tornou um dos assuntos mais comentados do Brasil no Twitter.
O sacerdote Antônio Murilo de Paiva, no último domingo (5), falou que há uma necessidade de a “igreja reagir” contra os veículos de imprensa que noticiaram a polêmica envolvendo o padre Júlio Cézar Cavalcante, que foi afastado da Igreja Matriz Nossa Senhora de Candelária pela Arquidiocese de Natal. Durante a celebração, Antônio relatou um suposto período em que padres andavam armados e que, segundo ele, teriam feito, sob ameaça de um revólver calibre 38, um jornalista engolir um jornal.
“Se fosse no tempo de Frei Damião, Frei Damião já havia organizado o povo para tocar fogo naquela rádio e naquela TV que tem um cara sem futuro que fica falando todo dia mal dos padres”, disse ele. O alvo citado pelo padre é a TV Ponta Negra, afiliada da emissora de Silvio Santos no Rio Grande do Norte, que tem entre seus funcionários o jornalista Gustavo Negreiros, atuando como comentarista no telejornal local Jornal do Dia. Entretanto, o profissional comentou sobre o escândalo sexual envolvendo o outro sacerdote apenas em suas redes sociais.
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“Gustavo usou do legítimo direito de informar e através do seu blog divulgou um caso que envolvia um padre e um casal de uma das paróquias de Natal. A notícia, inclusive, não chegou a ser veiculada em momento algum pela TV Ponta Negra”, declarou a parceira do SBT em editorial publicado no portal Ponta Negra News nesta segunda-feira (6).
“Queremos expressar a nossa solidariedade a Gustavo Negreiros e deixar claro que somos radicalmente contrários à toda e qualquer forma de tentativa de cerceamento e ameaça ao legítimo direito de informar, base do jornalismo. Incitar a população a atear fogo em prédios de veículos de comunicação nunca foi e nem nunca será uma atitude plausível de quem quer que seja, muito menos de um sacerdote, ao qual sempre tivemos respeito e admiração e do qual esperamos a devida retratação”, finalizou a nota da TV Ponta Negra.
O padre Antônio Murilo de Paiva aproveitou a situação pra também falar sobre a postura do padre Júlio. “O padre (Júlio) fez canonicamente tudo correto. O fato aconteceu antes do casamento. Se confessa e pede que o noivo se confesse com outro padre. Faz o casamento, talvez tenha sido o deslize aí”, comentou o pároco. Após tomar conhecimento do áudio do padre com o ataque contra a imprensa, Arquidiocese de Natal afirmou que “trata-se de uma opinião pessoal do padre, com a qual o governo arquidiocesano não concorda”, finalizou.
