Chico Pinheiro era titular do Bom Dia Brasil.
Após ser demitido da Globo, por onde trabalhou durante 32 anos, divididos por duas passagens, o jornalista Chico Pinheiro não quer saber de voltar para o jornal diário.
O veterano, que apresentou o SP1 e o Bom Dia Brasil na Globo, decidiu puxar o freio na vida profissional. No entanto, ele está aberto para convites que envolvam trabalhos pontuais e menos desgastantes.
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“Eu ainda estou aí. Quero fazer uma coisinha aqui, outra ali. Mas nada de jornalismo diário, pelo menos por enquanto. Eu não penso nisso“, declarou o ex-âncora da Globo em entrevista para o programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, exibido no último sábado (23).
Na atração, Chico Pinheiro recebeu saudações de Márcio Canuto, seu ex-colega de Globo. O jornalista deixou a emissora carioca em abril. A saída do âncora do Bom Dia Brasil foi comunicada internamente por Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Vênus Platinada.
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Na ocasião, a saída foi dita em comum acordo. Porém, trata-se de uma demissão, visto que Chico não teve o contrato renovado. Com isso, o Bom Dia Brasil passou a ser apresentado somente por Ana Paula Araújo.
BASTIDORES DA DEMISSÃO DO JORNALISTA
O ex-titular do Bom dia Brasil, foi protagonista de uma crise interna da Globo em abril de 2019. O mesmo Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo que elencou todas as suas qualidades em e-mail de despedida no dia 29 de Abril, na época soltou um comunicado em que alertava os subordinados sobre o uso de redes sociais e os punia que não deveriam expressar publicamente preferências políticas e partidárias, porque isso causa “dano” à Globo.
O e-mail foi disparado poucos minutos depois de vazar na web um conjunto de áudios de WhatsApp em que Chico Pinheiro fazia uma apaixonada defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso dias antes por corrupção passiva.
“Não se pode expressar essas preferências [políticas e partidárias] publicamente nas redes sociais, mesmo aquelas voltadas para grupos de supostos amigos. Uma vez que se tornem públicas pela ação de um desses amigos, é impossível que os espectadores acreditem que tais preferências não contaminam o próprio trabalho jornalístico, que deve ser correto e isento”, escreveu Ali Kamel na época, sem citar o jornalista diretamente.
A relação de Chico Pinheiro com a emissora carioca já não era boa, tanto que no início de 2019 ele foi afastado do rodízio de apresentadores da bancada do Jornal Nacional, aos sábados. Começou a cair em desgraça com a cúpula da Globo ao encerrar o noticiário, em dezembro de 2017, com um sonoro “saravá”, saudação associada ao candomblé e à umbanda.
COMUNICADO DA GLOBO
Apesar de todo esses bastidores, a demissão dos dois profissionais ocorreu de forma amigável, em conversas gentis. De acordo com o Notícias da TV, os dois jornalistas até agradeceram por não terem sido demitidos durante a pandemia e por terem sido avisados três meses antes do desligamento.
Em troca dessa “demissão com gentileza”, eles concordaram em não falar nada para colegas ou imprensa até o comunicado oficial. A Globo negou que Chico Pinheiro tenha sido dispensado ou que estivesse queimado dentro da emissora.
“Nada procede na consulta. A saída de Chico Pinheiro, foi de comum acordo. O profissional tem o mais absoluto respeito e reconhecimento dos colegas de Redação e de toda a Globo pelas décadas dedicadas ao jornalismo em carreira marcada pela excelência e competência”, informou em nota à Globo.
