Elza Soares, mulher preta, nascida em uma favela no Subúrbio do Rio de Janeiro, no início da década de 1930. Casada com apenas 12 anos, mãe aos 13 e viúva aos 15. Vivendo em uma total miséria a ponto de revirar o lixo atrás de comida.
Desde muito cedo Elza Soares foi uma sobrevivente. Em 91 anos ressurgiu diversas vezes. Com muita dor, superou a perda de quatro filhos, da mãe, em um acidente de carro no qual Garrincha, seu marido na época, dirigia o veículo. Muito recriminada e de diversas formas pela sociedade. Até mesmo em relação ao amor. Sempre encarou os problemas sem medo de ser julgada. Uma verdadeira resistente.
Elza Soares morreu esta semana. Dentro de sua casa, na companhia de quem esteve ao seu lado nos últimos anos. Uma personalidade explosiva e intensa em suas apresentações, porém muito reservada fora dos palcos. Mas vale lembrar que nem sempre foi assim. Porém foi uma das formas que encontrou de encarar sua caminhada.
Elza, brilhou muito em sua vida e se tornou cantora do milênio, eleita pela BBC, saiu de cena como uma das maiores figuras que a música popular brasileira já apresentou ao Brasil e o mundo.
No Fantástico deste domingo serão várias homenagens serão prestadas a ela que deixou sua marca no mundo, nas últimas décadas de sua vida, com talento para se reinventar quantas vezes fosse possível.
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Vale destacar que a repórter Tábata Poline ouviu artistas e amigos que viram de perto a luta de Elza Soares ao longo desta caminhada de mais de nove décadas. Pode visitar lugares que fizeram parte da história e ajudaram a formar a forte personalidade da cantora, tais como o bairro de Padre Miguel, onde passou a sua infância no Rio de Janeiro.
Elza Soares virou fonte de inspiração para todos, principalmente para as jovens negras, como a cantora Agnes Nunes, uma das entrevistadas; de lutas femininas, da fé e da negritude e muito mais.
Já em 2020 foi homenageada pela Mocidade Independente de Padre Miguel, inspirando o samba-enredo da escola no Carnaval.
O dominical também vai mostrar depoimentos inéditos da cantora que foram gravados para a série original Globoplay, ‘Elza & Mané – Amor por Linhas Tortas’, que possivelmente será lançada nos próximos meses.
O repórter Ernesto Paglia entrevistou a diretora Caroline Zilberman, que faz parte do Esporte da Globo e idealizou o projeto há algum tempo atrás e Rafael Pirrho, que assina o roteiro ao lado da própria Caroline.
