Felipe Neto já chegou a se transformar de diversos modos diferentes durante a sua carreira e vida. Aqueles que o acompanham nas redes sociais conseguiram notar as mudanças nos discursos do youtuber com o passar dos anos. Atualmente, ele está mais engajado a favor de movimentos sociais.
Em entrevista concedida à Vogue, Felipe Neto foi questionado sobre a “cultura do cancelamento” e respondeu: “É preciso separar o cancelamento de críticas contundentes sobre um erro. O cancelamento é, sim, um problema, mas de repente começamos a ver opressores posando de vítimas e usando a carta do ‘estou sendo cancelado’. O cancelamento que precisamos evitar é aquele feito às pressas, por puro clamor popular”.
“Se as redes sociais não se mobilizarem para a criação desses comitês em conjunto com governos, vejo um verdadeiro caos em um futuro breve. Países irão criar leis completamente diferentes uns dos outros, muitos irão por um caminho autoritário e perigoso, outros irão pela censura e opressão”, ressaltou o influenciador,
Felipe Neto ainda fez questão de fazer comparações com o momento político:
“Nesse momento a Índia já está operando com máxima censura, através de uma lei que obriga as redes sociais a excluírem todo conteúdo que o governo considerar impróprio. Já no Brasil, o presidente Bolsonaro está tentando passar um decreto para proibir redes sociais de removerem qualquer conteúdo, incluindo notícias fraudulentas, informações falsas sobre vacinação e pandemia, conteúdo de ódio, violência, sexo, seja o que for”.
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Durante a entrevista, Felipe Neto contou que cresceu em uma casa com a mãe, avó e o irmão, que sempre figuras femininas fizeram parte da sua formação.
“Acredito que isso ajudou a formar dois homens que sempre foram incapazes de levantar a voz para uma mulher e aprenderam a real força feminina. Nossa mãe e avó foram duas guerreiras, heroínas, cada uma em uma época diferente, lidando com o machismo e a opressão. Elas são nossos maiores ídolos e exemplos nessa vida”, desabafou.
O youtuber ainda disse que o feminismo entrou na sua vida de modo difícil. “A internet é extremamente tóxica com o feminismo. Assim que o movimento começou a ganhar a web, éramos ensinados que não passavam de mulheres mal-amadas e barraqueiras. Até hoje muita gente pensa dessa forma”, iniciou ele.
“Eu só fui entender o que era realmente quando comecei a ouvir, ao invés de querer só falar. Essa é a maior dificuldade, principalmente para homens brancos. Nós crescemos falando, ensinando, do alto de nossa posição de privilégio. Descobrir que você precisa calar um pouco a boca e apenas ouvir, aprender e perceber que a realidade do mundo é totalmente diferente da sua, é algo muito difícil de aceitar”, ressaltou Felipe Neto, desabafando.
Ele ainda prosseguiu: “Só comecei a mudar minha percepção sobre as lutas das minorias quando decidi escutar e ler o que essas pessoas tinham para falar”.
Ao ser questionado a respeito de seu futuro na carreira, Felipe Neto respondeu: “Pretendo continuar a gravar vídeos e entreter as famílias por um bom tempo. É o que mais amo fazer na vida. No futuro, quem sabe, migrarei para a literatura”.