Na última terça-feira (17), o jornalista Tyndaro Menezes foi demitido da Globo após seu nome ser envolvido em um esquema de corrupção. Ele era o chefe de jornalismo investigativo do canal dos Marinho no Rio de Janeiro. O nome do contratado da emissora apareceu em uma investigação do Ministério Público sobre Arthur César de Menezes Soares Filho, o Rei Arthur, e o delegado afastado da polícia civil Ângelo Ribeiro.
Na manhã deste sábado (21), Tyndaro Menezes se defendeu em entrevista à Folha de São Paulo: “Não cometi nenhum crime e a verdade prevalecerá”.
O ex-funcionário da Globo foi citado nada menos que 7 vezes no documento apresentado pelo Ministério Público feito na semana passada, segundo o site Notícias da TV. Segundo a denúncia, o jornalista intermediou uma negociação suspeita do delegado na área da saúde.
Tyndaro Menezes apresentou para o delegado as pessoas ao qual ele combinou comissões sobre a compra de insumos para um hospital no Rio de Janeiro. O profissional não foi denunciado, mas é tido como alguém próximo ao delegado acusado, que passava informações privilegias para o Rei Arthur sobre operações policiais.
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O Ministério público teve acesso à conversar que falam de tratativas de valores a receber. Tyndaro Menezes teria trocado mensagens com o funcionário público, que além de seu amigo, era seu sócio.
“As negociações suspeitas propostas pelos delegados ficam ainda mais evidentes, tendo eles se referido, inclusive, ao jornalista Tyndaro Menezes, ligado à Rede Globo. No contexto em que falam sobre compra de insumos médicos e sobre SC’ (Sérgio Côrtes) e família serem atravessadores de uma empresa de São Paulo, Ângelo fala a Victor que Tyndaro não integraria nenhuma empresa, mas, ainda assim, ‘seria prestigiado'”, diz a denúncia.
O delegado, em uma troca de e-mails, revela que dividiria 1% de comissão de uma nota de um produto superfaturado. “Eu vou dividir esse valor com Ty, claro”, afirmou Ribeiro em um momento que escancara a intimidade com o ex-funcionário da Globo.
Sendo assim, a Globo entendeu que a ligação de Tyndaro Menezes, por si só, é muito próxima ao acusado, configurando uma quebra de seus Princípios Editoriais. O fato dele ter sido citado e recebido dinheiro, supostamente, agravou a situação, ocasionando em sua demissão sem direito à despedida.
Ainda segundo o Notícias da TV, quando procurada, a Globo emitiu o seguinte comunicado: “O profissional citado não está mais na empresa. A Globo não comenta questões relacionadas a compliance. Reitera que tem um Código de Ética, que deve ser seguido por todos os colaboradores, e uma ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação. Todo relato é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento e as medidas necessárias são adotadas”.
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Tyndaro Menezes entrou na Globo em 1992 como office boy. Ele se destacou na emissora por criar técnicas de produção de reportagens que mantinham o sigilo de imagem dos profissionais. Ele ainda foi responsável por diversos furos de reportagem sobre o crime organizado no Rio de Janeiro e sobre o Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.
Vale destacar que Tyndaro Menezes não foi denunciado como réu no processo do Ministério público, que é conduzido em parceria com o Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado).
