Logo após Carlos Cereto anunciar sua saída do Grupo Globo, uma polêmica sobre ele veio à tona. A emissora está respondendo um processo na Justiça do Trabalho após uma ex-funcionária acusar o canal de ser conivente com assédio moral, que teria sido praticado pelo jornalista.
O Notícias da TV confirmou a informação, que revelou que o processo ocorreu antes de Cereto contar sobre sua saída da Globo. A ex-funcionária conta diversos fatos, que foram, inclusive, confirmados por testemunhas.
Em um desses fatos, ela revela que foi chamada de “incompetente, desqualificada e despreparada” por Carlos Cereto. Em outro, o profissional de comunicação dizia que sua então colega “estava uma delícia, beijava sua mão” e a fazia dar uma voltinha.
De acordo com a publicação, as situações aconteceram enquanto Carlos Cereto era chefe de Redação do SporTV em São Paulo. Ele ocupou o cargo entre 2012 e 2015. De 2016 a 2021, foi comentarista e apresentador do canal esportivo.
Uma testemunha revelou no processo: “Uma vez, a autora comunicou (no final de 2012) uma discussão com Carlos ao RH e a superiores dele, ocasião em que a autora foi deslocada para outra área, retornando alguns meses depois de ser novamente subordinada a Carlos, pois este passou a condenar também a área que a autora tinha se deslocado; nessa época, o depoente não estava mais no setor; que presenciou a autora comunicando ao superior, sendo que a comunicação ao RH foi a autora que disse ao depoente; que posteriormente a autora voltou ao Arena SporTV, mas o depoente não presenciou; que Carlos gritou com o depoente e que já reclamou aos seus superiores; que Carlos enviava mensagens para o depoente e a autora por WhatsApp, e-mail e também telefonava, em qualquer horário do dia e da noite, mas com relação às ligações o depoente não presenciou, mas presenciou os e-mails, pois recebia cópia do mesmo e-mail; que o depoente recebeu ligações de Carlos de madrugada”.
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Já uma segunda testemunha contou que teria visto a ex-funcionária chorando nos corredores após outra discussão com Carlos Cerete, que disse ter saído da Globo nesta quinta-feira (1°).
A juíza Marisa Santos da Costa relatou que ficou comprovado por diversos pontos que Carlos Cereto cometeu assédio de que foi acusado e que a Globo foi conivente. “Assim, reconhece-se a lesão à dignidade da autora, configurando dano moral, restando estabelecer, por arbitramento racional, norteado pelo princípio da razoabilidade, a extensão da compensação correlata”, confirmou a magistrada.
O Notícias da TV ainda apurou que ela determinou que a rede Globo pagasse cinco salários mínimos para a ex-funcionária naquele momento. O valor final não é este, considerando que o processo ainda corre na Justiça.
À publicação, Carlos Cereto disse que prefere não comentar o teor no processo, porque não é réu no caso. “Eu fui surpreendido com este material. Eu não sou réu da ação. A TV Globo, que é a ré, é quem tem que se manifestar”, disse.
Para o site RD1, a Comunicação do Grupo Globo declarou que “não comenta assuntos da Ouvidoria, mas reafirma que todo relato de assédio, moral ou sexual, é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento. A Globo não tolera comportamentos abusivos em suas equipes e incentiva que qualquer abuso seja denunciado. Neste sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo”.
