O livro Rota 66, publicando em 1992, estreará como série no Globoplay nesta quinta-feira (22). Na produção, Humberto Carrão foi escolhido para viver o apresentador do Profissão Repórter, Caco Barcellos, e relatou a dificuldade para atuar como jornalista. A obra feito pelo comunicador tratava da morte de três jovens em São Paulo. “A maior dificuldade é o fato do Caco não ser um personagem do livro”, detalhou.
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“Tiveram muitos momentos de conversa do Caco com os roteiristas, diretor, produtor, para que pudesse entender mais sobre a vida dele, para que algumas pequenas notas da vida dele pudessem ser amplificadas e virassem questões do personagem. Tem uma questão na série muito importante, que ele tem muita dificuldade de achar um sobrevivente, porque se trata de uma perseguição aos jovens negros e o personagem chega na cena um pouco depois de ter acontecido”, afirmou o ator Humberto Carrão.
O artista conviveu com uma realidade muito singular enquanto no trabalho de campo. “É muito complexo, muito triste, muito violento. Enquanto o Caco entrevistava uma mãe, eu ouvi comentários de que houve Tróia, uma prática inconstitucional na qual o policial se esconde na mata ou em uma casa e espera o jovem passar. Os dois jovens foram presos, não foram mortos, mas estavam com projéteis no chão. As mães estavam desesperadas”, relatou Humberto Carrão.
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“Foram horas de Caco Barcellos, eu enchi ele de perguntas. Eu quis saber quais os livros que eles estavam lendo e fui atrás para entender o que passava na cabeça dele, eu percebi a maneira como ele segurava o microfone, tinha essa coisa do olhar e da respiração. Foi tudo muito importante para o personagem e para mim como cidadão. Eu quis me aproximar muito do Caco”, finalizou Humberto Carrão.