[Alerta de gatilho: o texto pode conter informações sensíveis a vítimas de abuso sexual]
José de Abreu, 75 anos, deu detalhes em sua autobiografia, que será lançada em duas partes nesta quinta-feira (18) no Rio de Janeiro, sobre um momento particularmente muito traumático sofrido na adolescência. “Fiquei apavorado! Queria que aquilo acabasse logo”, lembra o ator.
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Apesar de já ter contado sobre o trauma durante uma entrevista à emissora portuguesa SIC, 2014, em sua Abreubiografia – Livros I e II ele explica com detalhes o ocorrido no Seminário Menor Maria Imaculada, no interior de São Paulo, quando era apenas um menino de 12 anos, de acordo com o jornal Extra.
“Foi durante uma sessão de [do filme] Marcelino Pão e Vinho [1955] que o prefeito se sentou ao meu lado, esperou a sala ficar escura, abriu minha braguilha, enfiou a mão dentro das minhas calças e começou a me masturbar no momento em que Jesus aparecia”, conta José de Abreu, sem mencionar o nome do agressor neste trecho.
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Ele relembra que ficou muito aflito com o toque do adulto e percebeu que o agressor também se masturbava. “A cena foi insuportavelmente longa. Ele com a mão esquerda no meu pinto e a direita dentro do bolso da sua calça, certamente furado para que ele pudesse se masturbar ao mesmo tempo. E depois? Como comungar com um pecado desses na consciência?”, escreveu José de Abreu.
José de Abreu também usou os livros para relatar outros perrengues de antes da fama, como quando passou fome. “Dei preferência ao aluguel, e a comida ficou em segundo plano. Comprava aqueles quadradinhos de caldo de carne ou galinha, pedia na padaria pão de ontem para torra e fazia aquele caldo com o pão velho. Ficava uma gororoba consistente, só o gosto não era tão bom. E passei fome. Várias vezes”, expõe ele em outro capítulo.
A vida de José de Abreu mudou após conseguir os primeiros papéis na dramaturgia. Ele está hoje no ar em Um Lugar ao Sol, dando vida ao empresário Santiago.
