A transmissão do Show da Fé no início da manhã da Band fez a emissora perder um terço do ibope na faixa matinal no mês de agosto. O horário vendido para o religioso R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, provocou o encerramento do Bora São Paulo e lesou a programação no início do dia. De acordo com dados acessados pelo portal Notícias da TV, a Band registrou 0,7 ponto de ibope entre 6h e meio-dia durante o mês passado na Grande São Paulo, o principal mercado publicitário do Brasil. Houve uma queda de 33,5% na comparação com julho, quando o Show da Fé ainda não estava sendo exibido.
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Para piorar o cenário da perda de audiência, as outras três principais emissoras do país tiveram um aumento no ibope matinal em agosto: a Globo cresceu 11,5%, o SBT teve um aumento de 16,6% e a Record conquistou 14,6% mais telespectadores. O programa religioso de R.R. Soares, que ocupa a faixa das 6h às 8h, dificilmente passa dos 0,3 ponto de média, e há dias em que chega a ficar perto do 0,1. Antes, o Bora SP chegava a bater 1 ponto na faixa matinal e entregava uma audiência maior para o Bora Brasil, que tem sofrido para erguer os números da igreja.
O líder da Igreja Internacional da Graça de Deus ocupou o horário nobre da emissora entre 2003 e 2021, mas o acordo não foi renovado no final do ano passado por conta do começo do Faustão na Band. O dinheiro usado por R.R. Soares para pagar o espaço privilegiado ajudou a empresa por vários anos, em uma das fases mais pesadas financeiramente da TV. O carinho foi tamanho que a Band chegou a homenageá-lo no último dia de Show da Fé e recebeu a promessa de que estaria de portas abertas caso ele desejasse voltar em alguma outra situação, o que ocorreu no segundo semestre deste ano.
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Sem o dinheiro da igreja nos seis primeiros meses do ano, a área comercial da Band estava com dificuldade para fazer a conta fechar, mesmo após a chegada de Fausto Silva. Para não ter um rombo e ter que iniciar demissões, optou-se por vender espaço novamente para o líder evangélico, que tem excelentes relações com Johnny Saad, presidente do Grupo Bandeirantes.
