Um dos aplicativos amplamente utilizados pela população é o de corridas de carro, Uber, um serviço tão difundido que, por vezes, os passageiros podem não perceber que o valor da corrida está acima da média. É claro que essa variação pode ser justificada pelo horário, mas também pode estar relacionada a práticas ilegais adotadas por alguns motoristas de aplicativo.
Por meio desse expediente, os condutores conseguem simular sua localização para usufruir das tarifas dinâmicas em determinados lugares, resultando em um aumento no preço das corridas. Essa estratégia, conhecida como “macete do pescador”, tornou-se tão difundida que ganhou até mesmo uma denominação própria.
Para empregar esse artifício, o motorista utiliza um aplicativo que gera uma localização fictícia e desativa o compartilhamento de localização no aplicativo da Uber. Em seguida, para identificar os locais com tarifas dinâmicas, ele recorre a outro aplicativo chamado “rebU”.
Ao descobrir onde a tarifa está dinâmica, o motorista seleciona essa localização no aplicativo de GPS falso. Uma vez feito isso, ele volta ao aplicativo da Uber para ativá-lo, e o último passo consiste em retornar ao aplicativo de localização fictícia e desativá-lo.
Truque utilizado por motoristas
Mesmo que todos esses passos sejam realizados antecipadamente, para a Uber, o motorista aparenta estar em conformidade e pronto para iniciar suas viagens, pois “retornou” à sua localização real. No entanto, na prática, o condutor executa suas corridas com a tarifa mais elevada da região que escolheu. Essa é a essência da “pesca” que ocorre por meio desse artifício.
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“Eduardo Lima, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo (Amasp), destaca: ‘Esse tipo de instrução, sobre como fazer o macete, muitas vezes é até comercializada, inclusive. Entretanto, geralmente quem pratica esse tipo de ação se utiliza de contas fakes, porque o motorista que está ciente dos riscos não vai querer arriscar o próprio perfil. As plataformas, logo que descobrem esse tipo de coisa, a primeira medida delas é desligar o prestador de serviços.'”
Diante da notoriedade desse truque, que inclusive recebeu uma designação específica, é compreensível que as pessoas queiram saber a posição da Uber a respeito do assunto. A empresa emitiu uma declaração ao UOL.
“O comprometimento global da Uber em relação a investigações é diário. Utilizar artifícios como o GPS falso ou manipulação do aplicativo pode ser caracterizado como uma atividade fraudulenta e gerar a desativação do motorista. Infelizmente, esquemas de fraudes estão frequentemente em evolução e é por isso que a Uber está comprometida em atualizar e fortalecer seus processos internos para se proteger deles. Além de sempre implementar novos processos e tecnologias, há treinamentos constantes dos especialistas para ficar à frente dos golpes que afetam toda a comunidade que usa a plataforma.”