O final de Um Lugar ao Sol pode ser trágico para Christian (Cauã Reymond). Rodeado de mistérios, o desfecho do farsante tem relação com as aparições de Renato. Por conta do novo surto da Covid-19, a trama ganhou mais duas semanas no ar e terminará nesta sexta-feira (25).
Em entrevista à colunista Carla Bittencourt, do Notícias da TV, a autora Lícia Manzo explica o motivo de nã ter utilizado Renato antes. “Os delírios com Renato pontuam seu enlouquecimento progressivo. Dramaturgia pressupõe progressão, arco dramático. Christian vai se perdendo de si até o ponto em que passa a se confundir com o irmão”, revelou.
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Lícia ainda afirma que nunca quis “heroificar” Christian. “Ainda na sinopse, o descrevo como anti-herói. Tampouco quis que fosse visto como vilão”, explicou a autora.
A biografia de Antonio Francisco Bonfim Lopes —que se transformou em Nem, líder do tráfico de drogas na Rocinha— foi uma de suas referências para a construção de Um Lugar ao Sol.
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“O Dono do Morro, escrito pelo britânico Misha Grenny, narra a vida de um jovem pai, trabalhador e honesto que, diante da grave doença de sua filha pequena, vê sua vida girar de ponta cabeça. A absoluta falta de estrutura para salvar a criança, a indigência de nosso sistema de saúde, a vida num barraco precário em que nem janela existia, tudo isso empurra Nem para o tráfico e para a persona terrível que assumiria depois”, disse Lícia.
“Não estou buscando desculpar Nem. Assim como não o satanizo. A vida me parece mais complexa, apenas isso. As pessoas também. Darcy Ribeiro escreveu que o Brasil é uma máquina de moer gente. Christian foi triturado por sua ambição, que muitas vezes se confunde com sua revolta legítima por sentir excluído”, encerrou a autora de Um Lugar ao Sol.
